O fim da Bauhaus
- Joaquim Alves
- 30 de out. de 2017
- 2 min de leitura
É como diz o ditado: "tudo que é bom, dura pouco"... Após curtos 14 anos de vida, 33 membros do corpo doscente, e cerca de 1250 alunos, em 1933, fecham-se as portas de uma das maiores escolas de design da história.
É o triste fim da Bauhaus: "A Gestapo exigiu a remoção dos "bolcheviques culturais" da escola e sua substituição por simpatizantes nazistas. O corpo docente votou pela dissolução da Bauhaus e ela foi fechada em 10 de agosto de 1933, com um aviso aos alunos de que, se necessário, os professores estariam disponíveis para consulta. Assim se encerrou uma das escolas de design mais importantes do século XX" (MEGGS e PURVIS, 2009 p.413). A afronta nazista era muito forte e rigorosa, e dificultou/proibiu quase que todo o meio artístico e cultural da época na Alemanha, e a Bauhaus, infelizmente não foi exceção... O assédio nazista tornou a situação insustentável, e tornou inviável o funcionamento da escola, que ainda chegou a dar sinais de vida, com a tentativa de Mies van der Rohe (atual diretor) de dar continuidade à mesma de maneira "clandestina", se alojando numa antiga e abandonada fábrica de telefones em Berlim-Sterglitz. Mas sua "artimanha" foi descoberta em pouco tempo, e por fim, a escola realmente deu seu último suspiro: "A ascensão do nazismo na Alemanha, a partir de 1933, causará o fechamento da Escola de Bauhaus, e seus professores e alunos serão perseguidos pelo Estado, que considerará a arte por esses produzida como um elemento degenerado e degenerador. O Terceiro Reich colocou fim na experiência da Bauhaus alemã, mas seus ideais já estavam difundidos pelo mundo". (MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE SÃO PAULO, Bauhaus. Disponível em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/construtivismo/bauhaus/index.html>. Acesso em: 06 de nov. 2017.) Porém, um "último suspiro" não foi suficiente para deixar a Bauhaus nas ruínas da história, e ser esquecida, uma vez que já teria formado inúmeros alunos, e continha mentes brilhantes em seu corpo docente. A onda crescente da perseguição nazista levou muitos membros desse corpo docente a juntar-se à famigerada fuga de intelectuais e artistas para os Estados Unidos da América. No ano de 1937, Gropius e Marcel Breuer já lecionavam arquitetura na Universidade de Harvard, e Moholy-Nagy criava a Nova Bauhaus, hoje chamada de "Instituto de Design"; em Chicago. Um ano depois, Herbert Bayer iniciava a fase norte-americana de sua carreira de designer. Esse êxodo transatlântico influenciou o curso do design norte-americano após a Segunda Guerra Mundial, e permitiu a difusão dos geniais ideais da escola internacionalmente, mesmo após a represália nazista.
Membros da Escola, incluso Walter Gropius (no centro):

Fonte: http://www.renatomelo.com/bauhaus/
A Bauhaus nunca deixará de ser influência e referência mundial no âmbito do design. Ela criou um movimento viável e moderno de design, abrangendo arquitetura, design de produto, e comunicação visual. Uma abordagem moderna da educação visual foi desenvolvida, e os métodos de ensino e de preparação de aula deram importante contribuição à teoria visual. Ao dissolver as fronteiras entre belas-artes e artes aplicadas, a Bauhaus tentou (e conseguiu) trazer a arte para uma relação íntima com a vida por meio do design, que era, é, e por muito será visto como um veículo para a mudança social e a revitalização cultural.
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