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Bauhaus: do século XX para a atualidade

  • Fernanda Ferreira
  • 20 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

A Apple Inc. é considerada uma das empresas mais influentes no mercado de aparelhos eletrônicos de consumo, software de computador e computadores pessoais. É inegável que os produtos e serviços desenvolvidos por Steve Jobs (e outros) são operados de modo claro e orgânico, proporcionando facilidade para o usuário, como percebemos na imagem abaixo, que relaciona um aparelho simples com um mais complexo:

Fonte: http://www.designbycaleb.com/2015/05/08/apple-and-the-bauhaus/

Jobs empregou no design de seus aparelhos ideologias da Escola alemã Bauhaus, pois fabricou artefatos que presam pela função e forma; e que ainda sim são esteticamente atraentes ao consumidor. A escola influenciou em diversas áreas, englobando não apenas o design, bem como a arquitetura e as artes; transformando assim, o elo entre o homem e os produtos industrializados. Mas afinal, quais eram os ideais da Bauhaus? E como a escola tomou tamanha proporção?


A Bauhaus (1919 - 1933) foi a primeira escola de design do mundo e foi fundamental para a introdução do modernismo não só no design, assim como em outras áreas. No Manifesto de Criação da Bauhaus, Walter Gropius - o fundador - argumentava que as habilidades para a atividade artesanal e o conhecimento nos processos de execução deveriam ser dominados pelos alunos. “Juntos, vamos conceber e criar o novo edifício do futuro, que abrangerá arquitetura, escultura e pintura em uma só unidade [...]” (BENEVOLO, 2001 p. 147). Este ideal, foi posto em prática ao longo do período de funcionamento da Escola. O propósito de Gropius para a Bauhaus foi unir arte e técnica, resultando em qualidade na fabricação dos produtos. Eles eram inovadores e funcionais, pois foram aperfeiçoados pela junção entre a indústria e o artesão, possibilitando a produção em larga escala. “O ensino dos ofícios pretende preparar o design para a produção em série” (BENEVOLO, 2001 p. 150).


Desde a sua fundação, em Weimar (1919), na Alemanha, existia uma tensão entre a Bauhaus e o governo, o que resultou mais tarde em sua mudança de sede. Essas divergências se acentuaram com a entrada de um novo regime ao poder – o nazismo. Eles, despropositalmente, promoveram fama à Escola, que alcançou um vasto público por meio de seu periódico Bauhaus (1926-1931) e da coleção sobre arte e teoria do design organizada por Gropius e Moholy-Nagy entre os anos de 1925 e 1930, assim a reputação da Escola estendeu-se por todo país. Após o seu fechamento, que ocorreu em 1933, a emigração de alunos e professores se intensificou. Assim, eles disseminaram os conceitos da Escola para o mundo. Apesar de ter se mantido por um curto espaço de tempo, a importância dessa instituição não está intrínseca a sua duração, mas sim aos seus ideais, que ainda se conservam.


Como dito anteriormente, a Bauhaus influenciou diversas áreas. “As realizações e influências da Bauhaus transcenderam seus catorze anos de vida, 33 membros do corpo docente e cerca de 1250 alunos. Ela criou um movimento viável e moderno de design, abrangendo arquitetura, design de produto e comunicação visual” (MEGGS e PURVIS, 2009 p. 413 – 414). Ademais, a Escola foi significativa no rumo do desenho industrial (saiba mais), até alcançar o que se conhece atualmente. Percebe-se a efetividade dos princípios da Escola em sua aplicação. Os itens idealizados pela Bauhaus, de uso doméstico por exemplo, deviam ser práticos e funcionais, como a cozinha projetada por Marcel Breuer, que dispensava trabalhos domésticos complexos, já que tornava seu uso rápido, no cenário em que as mulheres estavam se inserindo no mercado de trabalho. Nota-se a presença dos princípios da Bauhaus em diversos aspectos da atualidade, além da referência mundial dos aparelhos da Apple, vê-se o legado aqui no Brasil, por meio das cidades planejadas, como Brasília, pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que privilegiou formas geométricas e cores neutras. Vê-se também nos prédios da Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro, no Instituto de Arte Contemporânea de São Paulo e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo.


Desse modo, percebe-se que as ideologias da Bauhaus se mantém e até então são aplicadas.

 
 
 

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